but Heaven is where Hell is..

terça-feira, 28 de junho de 2011

Palavras

deitas-te e mal fechas os olhos vês aquilo que não queres. O teu cérebro bombardeia-te de imagens, memórias e sentidos. sim, sentidos, que os sentimentos esses já se foram há muito. Pelo menos os bons, aqueles que valem a pena sentir.
Enquanto és insuflado com esses pedaços de tanto, tentas abrir os olhos e levantar-te mas não consegues. E ali ficas, como que numa tortura daquilo que um dia foi teu e que agora te foge, por entre os teus dedos, se desvanece e é acolhido e apertado noutros dedos, mãos e braços que não os teus.
A tua testa começa a suar, os teus braços abertos e presos acabam nas mãos que agarram o lençol, também ele já molhado ao passar de cada imagem, o teu corpo treme e as pernas mexem-se invariavelmente e sem sentido.
Uma imagem, um cheiro um toque.
Tentas fechar os olhos com mais força e adormecer mas não consegues.
Um som, um abraço, um beijo.
sem dares conta as tuas mãos agarram a camisola molhada e puxam-na, até a sentires a romper de raiva.
Sentes-te como um drogado numa das piores ressacas que já tiveste e não encontras a tua droga preferida em lugar algum.
Mas LUTAS !
Uma luta só tua. Das que mais te custa, mas a que vai saber melhor quando ultrapassares, se ultrapassares.
Perdes a noção do tempo e não sabes quanto dele passou.
Quando estás quase a dar de ti, prendes-te àquilo por que vale a pena existir e, num último esforço, largas todo esse passado de memórias e abres os olhos.
Sentas-te.
Passas as mãos na cara, suada.
Olhas em volta e pensas no que aconteceu.
Apercebes-te de que não te lembras de nada, mas sentes-te mais leve, mais novo, com vontade de VIVER !
Levantas-te e vais tomar um banho.
Sacodes os demónios que te possuíam à tanto e tanto tempo, vestes aquela roupa nova que nunca chegaste a estrear e sais:
Sais do quarto, sais de casa, sais do teu velho EU e constróis novas amizades, novos amores, novos colegas, novos sítios, novas aventuras. Fazes merda, limpas essa merda. Sentes-te mal com as tuas atitudes, mas cresces e não voltas a repetir velhos erros.
Olhas para trás e vês que aquele tempo todo que passaste fechado no quarto simplesmente não valeu a pena e que apenas foi tempo perdido. Tempo esse que tentas recuperar agora,
agora que VIVES !

"Estás entre a vida e a morte, tal como o fogo e a água
 dentro de ti contrasta a paz, a guerra o amor e a mágoa.
 olha p'ra dentro e diz-me o que vês..
 agora olha à tua volta... Nasce outra vez!"

terça-feira, 7 de junho de 2011

Fim de tarde

"São quatro da tarde e o sol brilha. ALTO. quente. cheio.
Angus e Kate fazem o caminho de mãos dadas enquanto enterram os pés na areia, também ela quente e cheia.
Sentam-se numa rocha à beira mar e observam o que o mundo lhes dá.
Enquanto se desfazem dos acessórios, uma rajada de vento passa por eles, forte e destemida, como que a dizer que estão a invadir um espaço só seu. Mas que deixou de o ser.
Deixou de o ser no exacto momento em que as mãos se entrelaçam e os lábios se tocam, enquanto os olhos fechados trazem em si a imagem de momentos antigos que agora se tornam presentes.
O sol cheio brilha na água, carregada de pequenas ondas que apesar de agitadas a única coisa que trazem é calma. A calma necessária de um fim de tarde junto ao mar, embalado pelo calor e pelo aconchego, suavizado pela leve brisa que sopra, resignada, e cede aquele seu lugar, abanando os cabelos num misto de calma e rebeldia tão característicos.
O vento resignado, vingativo por não pertencer mais ao seu lugar, leva o tempo consigo e o relógio adianta-se mais que o esperado.
 De regresso a casa, Angus e Kate despedem.se com um abraço tão profundo que os faz querer voltar ao que têm e que só a eles pertence. "

domingo, 5 de junho de 2011


"And there's gold falling from the ceiling of this
world
Falling from the hearbeat of this girl 
Falling from my heart"