but Heaven is where Hell is..

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

até p'ro ano

Ainda comecei a escrever, mas depressa me fartei de fazer um replay de 2010.
Como tal aqui ficam os meus votos de um Feliz 2011 junto de todos aqueles que mais gostamos
Que amanhã tenhamos uma grande festa, se possível junto de quem nos faz bem, de quem nos faz feliz.
Mas não se esqueçam, a seguir ao último dia do ano vem opiordiadoano !

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Uma história sem sujeito.

"numa tão banal tarde de Domingo, onde não se vive, onde apenas se existe, decide fugir de casa. Por instantes, o frio que faz lá fora traz a dúvida consigo, mas a vontade é mais forte. Vontade de abandonar o estado latente das tardes de Domingo e tirar um pouco de tempo para si, num qualquer lugar.
Sai de casa, entra no carro e dá à chave sem fazer a mínima ideia para onde vai ou o que vai fazer. Apenas tem uma certeza: não vai ninguém a seu lado. não fisicamente. 
Arranca.
Chegada a primeira rotunda, inconscientemente sai na segunda saída e continua o seu caminho, por onde o carro apenas movido a vontade própria conduz.
Nas duas rotundas seguintes sai na primeira e continua a subir, virando à direita um pouco mais à frente, culminando o seu caminho com uma pequena entrada à esquerda, que leva ao seu paraíso local.
O frio faz-se sentir nas rochas. Rochas já carregadas de tantas emoções e sentimentos.
Escolhe a mesma rocha de sempre e senta-se, saboreando a paisagem.
O vento, não tão gelado quanto o seu peito, voa em todos os sentidos, levando o seu cabelo, as suas palavras mudas e levando também um pouco da sua saúde.
Em frente, as águas calmas e cristalinas, reflectindo em si as árvores que a rodeiam, em pequenas ondas, fragmentando a sua imagem.
Levanta-se, dá dois passos em frente e olha para baixo, para o espelho de água e vê-se. Ironicamente, a sua imagem aparece-lhe fragmentada em pequenas ondas, como se de pequenos pedaços se tratasse.
Volta para o cimo da sua rocha, já tão carregada de momentos e pensa neles, vislumbrando-os um a um na sua cabeça, durante o tempo necessário. Pelo menos aqueles de que ainda se lembra.
Ao assistir àquele filme, apercebe-se que a sua maior aliada - a memória - afinal já não o é mais. Parece que esta também lhe foge em certas alturas, que não deixa lembrar-se de tudo o que quer, quando quer.
E fica o vazio. "Apenas o vazio que existe depois das coisas, para nos fazer duvidar que alguma vez existiram".
Encolhe-se, junta a cabeça aos joelhos e fecha os olhos enquanto vislumbra a paisagem do seu paraíso. 
E lembra-se que não quer esquecer."

Tristan La Cienega
 

sábado, 25 de dezembro de 2010

Uma história sem sujeito.

"depois de um dia bem cansativo, finalmente chega à sua cama. Deita-se, mas apesar do sono e do cansaço que lhe pesa em cima dos ombros já enfraquecidos, não lhe apetece dormir já. 
Deixa-se cair pelas almofadas e baixa os seus braços, inocentemente, parecendo também baixar a guarda por breves instantes. Não importa, está só no seu quarto. 
A seu lado a guitarra há já muito calada. Na sua cabeça memórias de um dia um tanto ou quanto diferente. Na sua vista as imagens circulam a mil à hora, não dando tréguas. As mais cruéis imagens surgem por entre as mais dóceis, sem sequer querer saber. 
Fecha os olhos com força, já lhe apetece querer dormir. 
Não consegue, mas fecha-os com mais força, enquanto as imagens continuam a passar deixando um rasto de exaustão.
E por fim adormece, no embalo do seu cobertor de veludo, na crueldade do que lhe é mostrado mesmo sem querer ver."

Tristan La Cienega

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

on christmas time.

Como não poderia deixar de ser, o tema do natal tem que ser abordado neste espaço.

Natal.
A época do ano em que todas as pessoas são amigas, onde as saudades apertam, a família se junta. Sei que amanhã vou acordar com um cheiro a fritos insuportável no meu quarto. Sei também que muito provavelmente o meu pequeno almoço vai ser um bolinho de bacalhau e quem sabe uma rabanada. Mas sei também que já não sinto o natal como antes.
Antes de mais, soube à pouquíssimo tempo que o pai natal não existe e que quem me traz as prendas são os meus familiares. Logo aqui começou a perder-se a magia do natal.
Depois, com o passar dos anos, reparei que todos os desejos e esperanças não passam disso mesmo. Tudo aquilo que se deseja no natal não passa de meras palavras levadas ao vento, que fica bem dizer numa qualquer sms pré-feita, que na maioria das vezes não é realmente sentida.
As prendas.
Quem não gosta de receber prendas e prendas. Mas a verdade é que cada vez mais dou valor aos presentes "sentimentais" em vez dos que são meramente materiais.
Não vou fazer uma lista de presentes que gostaria de receber amanhã.
Ou melhor, secalhar até vou:
- um abraço de cada uma das pessoas com as quais vou passar a tarde.
- momentos que fiquem na memória e que me façam dizer "estou feliz" (independentemente do tempo que durar)
- cumplicidades partilhadas, por muito que possam estar embebidas pelo vinho do porto.
- que a noite de 24 me surpreenda e me faça também feliz.
- que o tição me aqueça noite dentro, trazendo a mim a melancolia característica do espírito natalício, que me vai fazer querer derramar uma ou outra lágrima embriagada, mas que me vai também fazer rir desalmadamente de orgulho por aquilo que tenho, aquilo que construí.
- que quando chegue a casa, me deite sobre a almofada, me venham à memória todos os momentos dessa noite, que os lençóis me aconcheguem e me façam ter uma noite descansada.


 

Porque a música de natal escolhida por mim este ano é esta.
Não que tenha vontade de chorar, porque não tenho. Mas esta já é a eleita para música de natal desde há algum tempo para cá.

"Silent night, moonlit night
 Nothing's changed
 Nothing is right"

 Não vou desejar um bom natal, mas sim um FELIZ natal a todos os que me seguem (:


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Uma história sem sujeito.

19/12/10

"..na mesma varanda, com a mesma roupa casual de quem pouco importa o que vestir, lá está, pelo mesmo motivo, mas num dia diferente.
Por entre a chuva, e o frio, a casa está vazia de pessoas, despida de vida. Uma tão familiar música faz-se ouvir ao longe, tão longe quanto a memória. Ignora a música e entra naquele estado em que estar de olhos abertos ou cerrados tem exactamente o mesmo efeito. 
A mente vai longe e a vida é tão boa naquele momento. 
Por momentos tem a seu lado tudo aquilo do que sente falta. Pessoas. Lugares. Momentos. 
Deixa o seu estado de transe passageira e regressa à sua varanda com vista para nada. Pelo menos nada que importe. 
Revoltado com a injustiça de não poder desfrutar de uma vista minimamente agradável da sua varanda, encontra no céu o único ponto digno de ser olhado e apreciado.
Hoje o céu está estranho. As nuvens carregam a chuva miudinha de uma tarde de inverno, mas escondem o sol frio e triste que insiste em aparecer. 
E aparece. Mas não traz mais sentido ao dia, como tantas e tantas vezes é costume. Hoje o sol não brilhou da mesma maneira, porque hoje celebra-se o dia e o lugar onde jaz o seu coração."

Tristan La Cienega

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Uma história sem sujeito.

".. ao longe, na sombra de um acidental raio de sol, lá se encontra. Entre as refrescantes gotas de chuva e a leve brisa que passa e acaricia a sua cara, fazendo-lhe lembrar velhos momentos, talvez velhos de mais, mas que parecem presentes. Presentes amaldiçoados pela razão, vendidos pelo tempo, que passa. Passa e não se sente, a não ser pelas novas rugas na sua cara, a barba já velha, por fazer. Pelos olhos cansados de olhar mas não ver. Na varanda, entre as gotas de chuva e o fumo branco de um cigarro, os olhos olhavam mas não viam. Apenas o seu uso era constante, fazendo permanecer e aumentar o cansaço de não ver, mas de sentir. 
Já há muito que não sentia, e continua a não sentir, mas por entre um ou outro momento de fraqueza inconsciente, sente.
Sente momentaneamente, não com a intensidade de outrora. O sentimento vai-se quando a sua mente volta ao lugar onde pertence, para onde os seus olhos olham e vêem. 
Esse lugar é a sua cabeça, o seu eu, tão imperfeito quanto possa continuar a ser. 
O raio de sol é abraçado pelo nevoeiro, que o tapa e traz consigo a nostalgia de uma tarde carregada de nada, que lhe diz que continua vivo de corpo de alma (..)"

Tristan La Cienega

domingo, 5 de dezembro de 2010

Hoje preciso de mim.

Hoje não sei do que escrevo, mas sei porque escrevo.
Hoje não sei do que falo, mas sei porque o faço.
Apenas sei que hoje tinha de escrever, que hoje tinha de falar.
Desde o início de hoje que não sinto o frio da neve.
Desde o início de hoje que o meu pensamento foge para o abrigo ausente.
Hoje.
Hoje quero dormir e não sonhar. Hoje não quero sonhar com o que não devo sonhar.
O hoje que chegou trouxe memórias e esquecimentos.
Hoje fez chegar a mim tanta coisa boa.
Hoje fez chegar a mim tanta coisa má.

Hoje vou dormir, hoje vou não sonhar (mais).
Porque hoje é um não dia, uma não noite.

"Hoje preciso de um pois, preciso de um sim.
O que é que queres de mim, hoje sinto-me assim.

Hoje preciso de um pois, preciso de um sim.
O que é que queres de mim, hoje sinto-me assim.

Ecos de risos, sinfonias de gritos. Como sangue na barriga de mosquitos.

Hoje preciso de mim.

Mostra o teu jogo. Eu pago para ver"

sábado, 4 de dezembro de 2010

sveikinimai Maskaranhas!

porque estás mais longe do que aquilo que eu gostaria e é nestas alturas que as saudades batem mais, reservo aqui um espacinho no blog para te dar os Parabéns!
Fico triste por não estares aqui, perto daqueles que sempre te gostaram, mas sei que também estás bem e que essa experiência te está a fazer bem, rumo à aventura que tanto está presente na tua vida.
Sei que sabes que gostava de ter ido nessa aventura contigo e nesta altura estar ao teu lado, com uma cerveja na mão esquerda e com a mão direita ocupada, prolongando-se no braço em redor do teu pescoço, lado a lado, num abraço embriagado de sentimentos, memórias e algo mais.
Assim sendo e sabendo que neste momento o que contam são as palavras, escolho-as com cuidado, dizendo na mais simples das frases: tenho saudades tuas.
E porque a saudade só existe em português...

Grande abraço panisgão!                                                                                      Friends =)