Olá!
Retomo a escrita no blog não com o resumo destas duas semanas, mas sim com um tema muito importante para mim: a liberdade.
Foi com tristeza que passei o 25 de Abril como se fosse um outro dia normal. (não tão normal porque foi o dia seguido a um sábado de queima, mas pronto).
Apesar de ainda não ser nascido quando se deu a tal revolta, tenho um carinho especial por esta data.
Se não fosse o 25 de Abril eu/nós não podíamos fazer grande parte das coisas que fazemos diariamente, naturalmente, sem nos aborrecermos muito com isso.
Antes do 25 de Abril não podia expressar o que sinto livremente.
Não podia dizer mal do governo sempre que me apetece, mesmo que não tenha razão.
Não podia andar com um isqueiro sem ter uma licença própria (ridículo).
Muito provavelmente não poderia ter este blog (sim, eu sei que ainda não havia net).
Não podia acordar de manhã mal humorado e mandar toda a gente à merda.
Metade deste texto iria ter um lápis azul por cima.
Não podia dizer o que penso, o que sinto, o que guardo para mim.
Se vivesse antes do 25 de Abril tinha de engolir muitos sapos e dizer sempre bem de quem quer que fosse. Ia viver num clima de desconfiança.
Viva o 25 de Abril!
Liberdade?
Mesmo depois do 25 de Abril será que todos nós somos livres? Será que todos nós dizemos aquilo que pensamos? A resposta é simples: NÃO.
Ninguém é completamente livre.
Somos livres sim, até certo ponto. Gosto de ter a minha liberdade, a minha independência, mas logicamente não sou livre a 100%.
Durante a semana tenho a minha casa, a minha vida. Faço o que "quero", deito-me a que horas quero, levo quem quero para minha casa. Durante a semana eu tenho a minha liberdade. A liberdade de alguém que não tem que ter a preocupação de quem me conhece, do que dizem de mim, do que pensam de mim. (não é que me preocupe muito com isso). Durante a semana sinto-me mais crescido.
O fim de semana é passado em casa dos pais, por isso não é bem a mesma coisa.
Mas diversas são as situações em que me sinto livre:
Sou livre no meu canto, a ter o meu momento.
Sou livre num jogo de futsal.
Sou livre quando tudo à minha volta pára e vivo só para mim.
Sou livre neste momento em que estou a escrever.
Sou livre numa noite daquelas em que tudo é relativo, onde nada importa.
Sou livre a cada palavra, a cada gesto.
Gosto desta liberdade que vivo a cada dia, não me imagino a viver sem ela.
Viva o 25 de Abril, viva a LIBERDADE!