Bittersweet Existence

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

"Fernando Pessoa"

É verdade. Não sei se é bom, se é mau, se não é nada, mas o que é certo é que este poema do grande F.P. (para os amigos) despertou muito interesse em mim.

Porquê? Porque me identifico em grande parte com ele. Muito provavelmente todos nós estamos tão "cegos" e conformados com aquilo que planeamos há muito tempo atrás e que, muitas vezes, não mais faz sentido, que não nos esforçamos minimamente em abrir os olhos e seguir em frente. Em tirar a capa que nos cobre e nos impede de nos darmos a conhecer ao mundo e, (talvez) mais importante, não damos oportunidade ao mundo de se dar a conhecer a nós mesmos. Em estabelecer novos laços de amizade com outras pessoas. Em esquecer, por momentos, tudo o que está para trás e querer voar sem destino, ir mais longe, em busca de novos caminhos. Em lutar por uma nova vida, talvez melhor, quem sabe?

O importante é deitar fora os trapos velhos que insistem em cortar-nos as asas e nos impedem de voar, de sonhar, de ser alguém.

Há alturas da vida em que é necessária uma mudança. Mudança de personalidade, de atitude, de forma de estar, não importa, uma pequena mudança pode tornar-se num grande passo e trazer a luz que falta em cada dia.

Muitas vezes mudar não é mau. Mau é ter medo da mudança. Medo do que ela possa trazer. Umas vezes essa mudança vai ser boa, outras má, c'est la vie. Não custa tentar, porque se "a vida são dois dias", porque não fazer com que os dois sejam diferentes?

E porque a música se adequa..