Confusion, confusion?

Queria escrever alguma coisa especial, mas não tenho inspiração.
Queria escrever sobre o vento que sopra lá fora, enquanto eu me enrolo no edredon, mas o vento não entra no meu quarto. Não hoje.
Queria descrever as sensações que os meus sentidos me despertam, mas hoje apenas tenho um sentido: o sentido de fingir.
Queria fechar os olhos e adormecer logo de seguida, sem ter que cansar a minha cabeça a pensar em tudo e em nada, mas sinto uma ansiedade que não me deixa.
Queria tanto não ouvir a mesma música, mas hoje estou virado para a rotina.
Gostava de não ter que dormir, ou apenas de dormir bem.
Gostava de acordar bem disposto e com um sorriso do tamanho do Mundo, ou pelo menos um sorriso verdadeiro.
Quero acreditar que amanhã não vai ser apenas mais um sábado e que algo de especial pode acontecer.
Quero escrever algo verdadeiro, vindo do fundo de mim, do meu eu, algo que toque alguém, que se identifique com os meus textos. Mas hoje não sei escrever.
Quero ter vontade de chorar. Já faz muito tempo que esse acto não é despertado em mim. Não sei se é bom ou mau. Sei que muitas vezes, caem lágrimas dos meus olhos, mas não são sentidas. Penso que quando tal acontece se deve ao facto dos meus reservatórios de lágrimas estarem a transbordar e elas têm mesmo que sair. E saem, como se tivessem vida, como se não fosse eu que mandasse no meu próprio corpo, como elas mesmas me controlassem.
Por momentos, gostava de ter imaginação para não pensar em nada.
Fechar os olhos, olhar e ver apenas uma coisa: nada.
Pensar em apenas uma cosia: nada.
Parar e sentir apenas uma coisa: TUDO!