but Heaven is where Hell is..

domingo, 31 de outubro de 2010

Sing me something new plz

e é sábado à noite.
e chego a casa, após mais uma saída com as pessoas que me são próximas.
e visto o pijama e deito-me na cama.
e ligo o pc, e por entre um e outro site dou de caras com algumas músicas que talvez não quisesse ou não devessem aparecer agora. não agora.
e acabaram-se os "e".
mas não consigo de deixar de ouvir essas músicas, de por pause, stop, de fechar a janela.
Agora é tarde.
Ouço a música. Lá fora chove.
A chuva, a música.
A chuva e a música a tocarem, separadamente, tão diferentes uma da outra, mas numa simbiose quase perfeita, sem qualquer tipo de intencionalidade.
Cada um dá o sentido que quer à música, à chuva, aos dois em conjunto.
O sentido que lhe dou hoje, é diferente do que lhe dava no passado ou do que lhe darei no futuro, mas esse guardo-o para mim.
O som da chuva, o som da música, as suas letras. A chuva não tem um letra específica, daquelas que se procura na net a original e por vezes a tradução.
Não.
A chuva canta-nos a sua própria letra. E essa letra difere de pessoa para pessoa, de momento, do humor, de estado de espírito.
Mas uma coisa é certa, a chuva canta. A chuva fala-nos e, se deixarmos, ela toca-nos.
E a chuva, quando acompanhada por um número restrito de músicas especiais, tem poder, pois estas juntam-se como que se de um dueto se tratasse..
                                                                   


                                                                       ..um dueto para um.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

and so I write again.

É sexta feira e volto a casa.
Casa. Não só o lugar que me acolhe e onde passo as noites e os dias, mas também a terra onde existo desde sempre. A terra onde pertenço e a qual me detém desde que existo.
Casa.
Onde estão os meus amigos, a minha família, a minha vida toda até aos 19 anos.
Casa.
O sítio pelo qual sentia falta desde domingo, quando partia para a minha outra casa, até sexta, o dia de voltar.
Inesperadamente, muitas eram as vezes que repentinamente uma saudade me invadia e me fazia passear pelas ruas de minha casa, ainda que longe.
Pensava nos lugares, nas pessoas conhecidas e, muitas vezes, mesmo nas desconhecidas, e sentia uma nostalgia boa, que me fazia querer voltar.
Voltando alguns anos atrás, quando fui para o Porto, pensei que não ia sentir falta de nada. Ia sentir saudades sim, mas apenas aquelas características de quem abandona a sua casa e a sua gente por 5 dias e volta ao fim de semana.
Mas não.
Senti falta de muitas coisas que pensei nem sequer me lembrar.
Mas agora isso não acontece.
Poucas são as vezes em que sinto vontade de voltar.
Talvez pelo rumo que tomou a minha vida. Não é que esteja muito diferente do que era, mas está um pouco mais "ocupada" do que antes.
Estou no último ano do curso e ainda não faço ideia do que fazer quando (se) acabar. Provavelmente passará por sair da tal casa e mudar de ares, quem sabe definitivamente.
O futsal ocupa muito do tempo que tenho de fim de semana (sem falar dos dias de semana), o que faz com que passe pouco tempo em casa.
Algumas pessoas desiludem-nos, tornam-se desinteressantes, com um certo travo de arrogância, que me faz afastar, mesmo que inconscientemente, das pessoas que realmente valem a pena.
Estas são as razões que me fazem mudar o conceito de casa, o que ela significou para mim está a mudar. Não sei se é suposto acontecer assim com toda a gente numa certa fase da vida, mas é o que está a acontecer comigo.
Agora não sinto (tanto) a falta das ruas de paralelos que constituem a terrinha, dos jardins, dos bancos, dos bares, da barragem...
Talvez seja este o momento em que mudo a minha localização, a minha casa. Em vez de Vila Pouca de Aguiar, possa passar para "a definir" ou até mesmo "Vila Real".




"Trapalhão perdi a chave nem sei o meu caminho
Nestes dias difusos em que ando sozinho"


Bem vindo a casa.